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Dentre as espécies da família
Cyperaceae, a tiririca (Cyperus rotundus
L.) é a mais proeminente. Devido a grande agressividade e alta capacidade de
competição, é considerada uma das principais daninhas do mundo. De origem sul-asiática,
a tiririca é uma planta perene, ereta, rizomatosa e tuberosa, de 10-60 cm de
altura (Figura 2). A invasora afeta todo o desenvolvimento das plantas cultivadas, tanto
pela alta competição quanto pela produção de toxinas (alelopatia). Pode ocorrer
em áreas de olerícolas, de fruticultura, de fibras, de grãos – exceto arroz
irrigado -, em pastagens etc. Um fator agravante na sua ocorrência é a
dificuldade de controle e erradicação, dando muito trabalho para agricultores,
técnicos e pesquisadores.
A tarefa árdua de se controlar a
tiririca se deve, principalmente, ao seu poder ímpar de multiplicação. Em um
hectare, em um ano, as plantas de tiririca podem produzir de 30 a 40 milhões de
tubérculos (Figura 3). Seus tubérculos são responsáveis quase que exclusivamente pela sua
reprodução; devido à presença de fitormônios, os tubérculos possuem um alto
poder regenerativo, podendo originar várias plantas quando cortados. Daí tem-se
a explicação do fato de que a capina mecânica contribui para a multiplicação da
tiririca em uma área. Outro fator que deve ser considerado é a intensidade de
dormência dos tubérculos, que faz com que a brotação e a germinação sejam
irregulares por um longo período após o plantio. Esse fato, somado à falta de
aplicação de herbicidas em pós-emergência das culturas (falta de seletividade),
também explica a alta disseminação da tiririca nos campos de cultivo.
O controle químico da tiririca, feito
por meio de herbicidas, busca não só a redução do número de plantas em uma
área, mas também a diminuição da quantidade de tubérculos existentes. Diversos
são os herbicidas que controlam com eficiência a tiririca: 2,4-D;
flazasulfuron; glyphosate; imazapyr; sulfentrazone etc. A época de aplicação
pode variar com a molécula utilizada; por exemplo, tem-se que o imazapyr pode
ser aplicado tanto em pré-emergência quanto em pós-emergência e planta adulta,
por outro lado, o glyphosate não é recomendado na pré-emergência das daninhas,
mas sim em pós-emergência e planta adulta. Para maior eficiência do controle, são
recomendadas aplicações sequenciais à medida que as plantas de tiririca brotem
na área cultivada. O herbicida utilizado na aplicação sequencial deve ser
seletivo para a cultura de interesse, ou seja, não deve causar fitotoxidade nas
plantas cultivadas; por exemplo, o glyphosate pode ser aplicado sobre o milho e
a soja geneticamente modificados com resistência ao glyphosate, não causando
fitotoxidade nas culturas, e controlando a tiririca.
Tendo em vista que uma colheita
abundante deve ser um dos objetivos de todo agricultor, é importantíssimo que o
manejo adequado da tiririca seja feito na área agrícola. Para tanto, os
produtores rurais devem buscar informações com agrônomos e técnicos agrícolas.
Referências Bibliográficas
Freitas, S.R. et al. Efeitos do
flazasulfuron e do glyphosate em aplicações única e sequencial sobre o controle
da tiririca (Cyperus rotundus L.). Ceres n° 256. Viçosa – Minas Gerais.
1997.
Tiririca. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyperus_rotundus . Acesso em: 18 nov. 2018.
Tiririca. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/tiririca_110.html. Acesso em: 18 nov. 2018.
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