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antracnose é uma doença que acomete inúmeras
espécies vegetais. É causada por fungos do gênero Colletotrichum (Teleomorfo:
Glomerella). Neste gênero existem cerca de 40 espécies; algumas delas são
específicas para determinados hospedeiros, por exemplo, tem-se C. musae causando doenças apenas na
bananeira (Musa spp.); por outro
lado, existem aquelas que atacam vários hospedeiros, como C. gloeosporioides, que sobrevive em espécies vegetais de
diferentes famílias.
Na natureza são
evidenciadas duas formas do fungo: a saprofítica e a patogênica. Esta última é
a responsável pela antracnose. A doença
pode ocorrer em todas as fases de desenvolvimento das culturas. A disseminação
do patógeno entre plantas pode ocorrer por agentes aéreos (vento, respingos de
chuvas, insetos etc.) e por meio de sementes infectadas. Em presença de água
livre ou em elevada umidade relativa (> 90%), os conídios germinam e
penetram no hospedeiro, infectando-o.
Em gramíneas como o milho e o sorgo, o agente responsável pela doença é C. graminicola. Nesse caso, a antracnose
é também conhecida por Podridão do Colmo. Pode afetar a planta em qualquer fase
do desenvolvimento, e é favorecida por alta umidade e temperaturas moderadas.
As lesões ocorrem em várias partes da planta: no limbo foliar aparecem lesões
necróticas de coloração marrom e formato alongado (Figura 1). No colmo aparecem lesões
estreitas, encharcadas, de aspecto avermelhado, que vão escurecendo com o
passar do tempo (Figura 2). No interior das plantas, os tecidos ficam escuros e vão
morrendo (Figura 3). Os esporos do fungo podem ser vistos na casca da planta. O controle
deve ser preventivo, com a utilização de cultivares resistentes; cultural, com
a prática da rotação de culturas e adubações equilibradas; e pode ser químico,
com o tratamento de sementes antes da semeadura.
Figura 1. Antracnose na folha do milho. Fonte: Agrolink. |
Figura 2. Sintoma de antracnose do colmo do milho. Fonte: Agrolink. |
Figura 3. Antracnose no interior do milho. Fonte: Agrolink |
Em leguminosas como a soja, a ervilha e o feijão, o agente causador da
antracnose é o fungo C. truncatum.
Este agente etiológico pode aparecer durante todo o ciclo da cultura,
ocasionando morte de plântulas, necrose dos pecíolos, e manchas em folhas,
hastes e vagens. Os sintomas mais evidentes ocorrem nas vagens, que adquirem
uma coloração escura e ficam retorcidas (Figura 4). Na presença de alta umidade, podem
surgir pontuações de cor negra – frutificações do fungo - sobre as lesões. Em
plântulas oriundas de sementes infectadas pelo fungo, ocorre necrose
cotiledonar, que pode se estender para o hipocótilo, causando o tombamento destas. Um bom controle da doença começa com a escolha de sementes livres do
patógeno – lembrando que até o momento não há cultivares com boa resistência -;
outras medidas como a rotação de culturas, um maior espaçamento entrelinhas (50-55
cm), o controle de plantas daninhas, e uma adubação equilibrada auxiliam no
combate à doença. Em lotes em que se detectar mais de 5% de sementes
infectadas, o tratamento das mesmas com fungicidas deve ser realizado. Pulverizações
podem ser realizadas com produtos sistêmicos de forma preventiva entre o fim da
fase vegetativa e início da fase reprodutiva.
Figura 4. Antracnose em vagens de soja. Fonte: Agrolink. |
Dentre as plantas da família das solanáceas, as pimentas e os pimentões são
as que sofrem maiores danos com o ataque do patógeno. A antracnose torna-se
mais importante à medida que se tem maior umidade e temperatura na área. O agente causal da antracnose em espécies do
gênero Capsicum é um complexo de Colletotrichum (C. gloeosporioides, C. acutatum, C. caccodes, C. capsici e C. boninense). Apesar de atacar todos
os órgãos aéreos da planta, a doença causa maiores injúrias nos frutos. Nestes,
os sintomas iniciam com o aparecimento de lesões deprimidas e aquosas, que
coalescem (unem-se) e levam ao descarte do produto (Figura 5). Em folhas e ramos, os
sintomas são evidenciados por pequenas lesões necróticas. Devido ao alto número
de espécies patogênicas e à alta variabilidade de raças que ocorre dentro de
cada espécie, é muito difícil o desenvolvimento de variedades resistes; porém,
alguns materiais podem ser indicados como sendo, em certo grau, resistentes ou
tolerantes. Outras medidas de controle muito relevantes são: a rotação de
culturas; a utilização de sementes sadias; o uso de espaçamentos maiores, que
permitem maior ventilação e reduz a umidade no microclima das plantas; a
preferência pela irrigação por gotejamento; fazer o roguing das plantas doentes e eliminá-las; e fazer, desde o início,
aplicações preventivas de fungicidas registrados para a cultura (vide agrofit).
Figura 5. Antracnose em pimentão. Fonte: Campos & negócios. Foto: Caroline Pedroso |
A antracnose também acomete plantas frutíferas. Na mangueira, esta
doença é a mais importante. O agente epidemiológico é o fungo C. gloeosporioide. Os sintomas aparecem como manchas escuras em
ramos, folhas e flores. Os frutos que ainda são pequenos podem cair da árvore
ou ficar mumificados. Em frutos maduros ocorre formação de manchas pretas, que
levam ao apodrecimento (Figura 6). O fungo pode sobreviver em frutos velhos, caídos e, até
mesmo, em ramos secos; portanto, a poda de limpeza e a catação de frutos
envelhecidos são formas de diminuir a chance de a doença ocorrer. Medidas para
diminuir a umidade no local de plantio também são interessantes; por exemplo,
espaçamentos maiores entre as plantas, plantio em área seca etc. A indução da
floração para uma época seca também pode diminuir a ocorrência de antracnose. O
controle químico, por outro lado, também deve ser realizado; com o uso de
produtos de contato em áreas secas (menor incidência) e com o uso de produtos
sistêmicos em áreas úmidas (maior incidência)- porém, a cada 4 aplicações de
sistêmicos, um produto de contato deve ser pulverizado para impedir a seleção
de fungos resistentes -. A aplicação deve ser feita antes da floração e durante
todo o período de amadurecimento. Mesmo com tantas possibilidades contra a antracnose,
a melhor alternativa é usar uma variedade de manga resistente, e o produtor
deve utilizá-la sempre que possível.
Figura 6. Antracnose na manga. Fonte: Pinterest |
Ficou claro que a
antracnose é uma doença muito importante, que ocorre em várias plantações, e,
por isso, o produtor deve ficar atento, procurando saber quais os efeitos que
esta doença pode ter em sua lavoura. Ademais, em casos de dúvidas, existem
meios de buscar informações esclarecedoras, que são os técnicos, os vizinhos e
a própria internet.
Referências
bibliográficas:
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Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/antracnose_
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AGROLINK. Antracnose. Disponível
em: https://www.agrolink.com.br/problemas/
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Acesso em: 05 de dez. 2018.
TAVARES, S. C. C. H. Antracnose.
Disponível: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/
Agencia22/AG01/arvore/AG01_88_24112005115224.html. Acesso em: 05 dez. 2018.
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