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milho RR é um transgênico que
recebeu um gene de resistência ao herbicida glyphosate; dessa forma, a planta
de milho não sofre nenhum dano com a aplicação deste produto, permitindo um
fácil controle de daninhas que estejam na lavoura. Essa maior simplicidade no
controle de daninhas é uma das causas do aparecimento de vários casos de resistência
de plantas aos herbicidas, visto que a pressão de seleção sobre estas plantas
aumentou muito com a diminuição do espectro de produtos utilizados no controle.
Atualmente, no Brasil, as seguintes espécies possuem resistência ao glyphosate:
Conyza bonariensis (buva), Conyza canadenses (buva), Conyza sumatrensis (buva), Lolium multiflorum (azevém), Digitaria insularis (capim-amargoso), portanto
é necessário o uso de outros herbicidas para controlá-las, aumentando o custo
de produção. Outro aspecto importante é
que a própria planta de milho torna-se daninha (milho tiguera) quando ocorre em
uma lavoura plantada na mesma área em sucessão ao milho RR; neste caso, faz-se
necessário o uso de graminicidas para controlá-la.
Para evitar que mais casos de resistência apareçam para o glyphosate ou,
até mesmo, outras moléculas, o agricultor deve rotacionar as culturas, de modo
que não se sucedam cultivos com o gene RR em uma área, e também rotacionar os
herbicidas utilizados na lavoura, diminuindo, assim, a pressão de seleção sobre
as daninhas. A época correta de aplicação do glyphosate na lavoura também é de
suma importância para um manejo eficiente de plantas daninhas; visto isto,
seguem algumas instruções básicas para o controle de plantas daninhas em milho
RR:
1.
O período
total de prevenção da interferência (PTPI) vai da semeadura (S) ao estádio
vegetativo (V8), sendo que, o período anterior à interferência (PAI) vai de (S)
ao (V2), e o período crítico de prevenção da interferência (PCPI) vai de (V3) a
(V8).
2.
Em áreas
com baixa infestação de plantas daninhas, faz-se uma única aplicação de (glyphosate
+ atrazina + óleo) em V4 (Figura 1).
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Figura 1. Aplicação de herbicidas em milho RR com baixa infestação de plantas daninhas. Fonte: Cristofolleti (dados não publicados). |
3.
Em áreas
com intermediária infestação de plantas daninhas, faz-se uma aplicação de
(glyphosate + atrazina + mesotrione + óleo) em V2 ou V3 (Figura 2).
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Figura 2. Aplicação de herbicidas em milho RR com intermediária infestação de plantas daninhas. Fonte: Cristofolleti (dados não publicados). |
4. Em áreas
com alta infestação ou com plantas daninhas de difícil controle, faz-se uma
aplicação sequencial de (glyphosate + atrazina + óleo) em V4 e (glyphosate) em
V8 (Figura 3).
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Figura 3. Aplicação de herbicidas em milho RR com alta infestação de plantas daninhas. Fonte: Cristofolleti (dados não publicados) |
5. Em áreas
com alta infestação de plantas daninhas resistentes ao glyphosate aplicar herbicida
pré-emergente antes da semeadura do milho e glyphosate de V4 a V6 (Figura 4).
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Figura 4. Aplicação de herbicidas em milho RR com alta infestação de plantas daninhas resistentes ao glyphosate. Fonte: Cristofolleti (dados não publicados) |
Vale ressaltar que cada caso possui suas especificidades, sendo,
portanto, necessárias medidas pontuais, como a utilização de herbicidas
específicos para determinadas plantas daninhas que possam, porventura, ocorrer
na lavoura de milho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO. Disponível em: http://www.lpv.esalq.usp.br/sites/default/files/Apresentacao_Daninhas_Milho.pdf. Acesso em: 27 set. 2018.
MILHO RR: VANTAGENS, DESVANTAGENS E CUSTOS. Disponível em: https://www.campograndenews.com.br/artigos/milho-rr-vantagens-desvantagens-e-custos. Acesso em: 27 set. 2018.
PLANTAS DANINHAS RESISTENTES A HERBICIDAS. Disponível em: https://www.croplifela.org/pt/pragas/lista-do-pragas/plantas-daninhas. Acesso em: 27 set. 2018.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO COM MILHO TOLERANTE A GLIFOSATO. Disponível em: http://www.apps.agr.br/upload/ax10_2201201338074700_sistemasdeproducaocommilhorr_abrasem.pdf.
Acesso em: 27 set. 2018.