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s plantas daninhas são, basicamente, aquelas que estão em um lugar onde
não deveriam estar; dessa forma, agem negativamente sobre as plantas de
determinada cultura, competindo com estas por espaço, luz, água e nutrientes.
Para o milho não é diferente, diversas espécies de folhas-estreitas - grama-seda
(Cynodon dactylon), capim-carrapicho
(Cenchrus echinatus), capim-colchão (Digitaria horizontalis), tiririca (Cyperus rotundus) etc. - e de folhas-largas
-caruru (Amaranthus spp.),
corda-de-viola (Ipomea spp.) etc. -
têm habilidade de competir com a cultura, absorvendo parte dos fatores
responsáveis pela produção de biomassa e prejudicando a produção do cereal,
podendo ocasionar perdas de 10 a 80% na produtividade.
As espécies de plantas daninhas comumente encontradas em áreas de
produção podem apresentar propagação vegetativa, como o capim-massambará (Sorghum halepense), a tiririca e a
grama-seda, as quais têm sua disseminação favorecida pela fragmentação de suas
partes no preparo do solo; assim, devem ser controladas antes da aração (Figura
1). Para tanto, no mínimo uma semana antes do preparo da área, aplicam-se herbicidas
sistêmicos sobre estas daninhas, por exemplo, o glyphosate, que tem se mostrado eficiente no controle. Vale
ressaltar que em plantas com alto vigor vegetativo – absorvendo água e
nutrientes e fazendo fotossíntese – o resultado da aplicação de herbicidas é
melhor do que em plantas estressadas.
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Figura 1. Aplicação de herbicida antes do preparo do solo. |
Outro período de aplicação de herbicidas na cultura do milho é em
pré-emergência das plantas daninhas, ou seja, a daninha é controlada antes
mesmo de iniciar qualquer competição com a cultura. O agricultor deve estar
atento ao fato de que alguns desses herbicidas necessitam de leve incorporação
ao solo a fim de não perderem efeito por volatilização ou fotodecomposição,
assim, sua aplicação e incorporação serão antes da semeadura do milho (Figura
2); já os produtos que não são incorporados- são aplicados sobre o solo após a
semeadura ou após a última gradagem (Figura 3) – necessitam de umidade do solo
para sua ativação, podendo, assim, ocorrer uma desuniformidade de controle em
áreas que a operação se estendeu por vários dias. A aplicação em pré-emergência ou pré-plantio
incorporado do herbicida Trifuralin é
eficiente no controle de capim-marmelada (Urochloa
plantaginea), capim-colchão, e capim-carrapicho, já para o controle de
folhas-largas, o herbicida atrazine
tem melhores resultados.
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Figura 2. Aplicação de herbicidas em PPI (Pré-plantio incorporado); ao fundo, observa-se a plantadeira de milho |
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Figura 3. Aplicação de herbicidas em pré-emergência de plantas daninhas |
A aplicação de herbicidas também pode ser realizada em pós-emergência de
plantas daninhas (Figura 4), nesta modalidade, a competição entre daninha e
cultura será mais acentuada, devendo o agricultor estar atento ao momento ideal
de realizar o controle para evitar perda de produção. O período crítico de
controle de daninhas na cultura do milho vai dos 20 aos 60 dias após a
emergência das plântulas. Neste intervalo de tempo, as daninhas devem ser
controladas com muita eficiência, pois é onde se definem o número de fileiras
por espiga e o número de grãos por fileiras do milho, refletindo uma produção
boa ou ruim. Aplicação em pós-emergência
pode ser precoce (folhas-largas com, no máximo, 3 folhas e folhas-estreitas sem
perfilhamento), normal (folhas-largas com, no máximo, 6 folhas e
folhas-estreitas com, no máximo, 3 perfilhos), e tardia (folhas-largas com mais
de 6 folhas e folhas-estreitas com mais de 3 perfilhos), sendo que a
suscetibilidade da daninha ao herbicida tende a diminuir com o seu
desenvolvimento. As condições climáticas para uma boa aplicação são:
temperatura entre 20 e 30 °C, umidade relativa entre 70 e 90%, velocidade do
vento menor ou igual a 10 km/h e não haver previsão de chuva logo após a
aplicação. O nicosulfuron é um herbicida bastante recomendado para várias
daninhas que ocorrem na cultura do milho.
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Figura 4. Aplicação de herbicida em pós-emergência de plantas daninhas |
Com este artigo, buscou-se resumir os principais itens envolvidos no
controle químico de plantas daninhas na cultura do milho, para informações mais
detalhadas recomenda-se a consulta ao material disponível na literatura e o
acesso ao site Agrofit que traz,
detalhadamente, os produtos comerciais registrados para a cultura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONTROLE DE GRAMÍNEAS NA CULTURA DO MILHO (ZEA MAYS) COM TRIFURALIN, EM
PRÉ E PÓS-EMERGÊNCIA. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item
/51370/1/Controle-gramineas.pdf. Acesso em: 26 set. 2018.
LORENZI, H. et. al.
Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional.
7. Ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2014.
VARGAS, L. et. al.
Manejo de plantas daninhas na cultura de milho. Documentos online 61. EMBRAPA,
set. 2006.
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