quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Brusone, uma doença das gramíneas



Inúmeras doenças afetam as gramíneas; fungos, bactérias, vírus e nematoides podem ser a causa de perdas de diversas ordens na produtividade das plantas da família Poaceae.  Dentre as doenças, uma em especial merece destaque, sobretudo por ser muito importante na rizicultura e na triticultura – principais alimentos consumidos no mundo -, a brusone. Esta é causada por um fungo do gênero Magnaphorte (forma imperfeita do gênero Pyricularia); além de infectar o arroz e o trigo, o patógeno pode se hospedar no milho, milheto, cevada, e também em gramíneas tidas como plantas daninhas, assim, seu controle deve englobar várias medidas.  A disseminação primária da brusone - entrada da doença na área - se dá por sementes infectadas e por restos culturais contendo o patógeno, já a secundária – entre as plantas de uma mesma área - se dá pelo transporte de esporos pelo vento, insetos etc. As condições que favorecem a doença são: alta umidade (UR acima de 90% e período de molhamento superior a 10 horas) e temperaturas entre 25 e 28 ºC.

A brusone pode acometer uma planta durante todo o seu ciclo; nas folhas, os sintomas se ini­ciam com pequenas lesões necróticas amarronzadas, que, ao aumentarem de tamanho, tor­nam-se elípticas com margem marrom e centro cinza (Figura 1); com o avanço da doença a folha afetada e a própria planta podem morrer. Quando a doença afeta a região nodal, o sintoma se dá por uma coloração marrom envolta do nó (Figura 2), que pode estrangular o colmo e causar chochamento dos grãos – evidenciado pelo branqueamento das panículas - (Figuras 3 e 4).

O controle da brusone exige a utilização de práticas culturais, tais como a semeadura de culti­vares resistentes – para o trigo não existe cultivares com resistência adequada, portanto, utili­zam-se cultivares tolerantes à doença -, a rotação de culturas, incorporação de restos culturais (quando possível), eliminação de daninhas hospedeiras etc. já o controle químico com fungici­das sistêmicos deve ser feito no tratamento de sementes e de maneira preventiva no final do período de emborrachamento e no início da emissão de panículas, sempre utilizando os pro­dutos registrado para a cultura (vide Agrofit). Fungicidas contendo mistura de triazóis e estro­bilurinas têm se mostrado eficientes para o controle da brusone.

Por fim, vale ressaltar que a doença pode causar perdas de até 100% da produção em casos extremos, indicando que rizicultores e triticultores devem estar sempre atentos ao risco de ocorrência da Brusone em seus cultivos, a fim de tomar providências tempestivas que impe­çam danos econômicos.


Figura 1. Sintomas de brusone em folhas de arroz. Fonte: invasive.org
Figura 2.  Sintomas de brusone em nós de colmos de arroz. Fonte: Embrapa
Figura 3. Sintomas de brusone em panículas de arroz. Fonte: invasive.org

Figura 4. Sintomas de brusone em panículas de trigo. Fonte: Embrapa

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRUSONE NO TRIGO. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br /Agencia35/AG01/arvore/AG01_83_259200616453.html. Acesso em: 26 set. 2018.



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