Inúmeras doenças afetam as
gramíneas; fungos, bactérias, vírus e nematoides podem ser a causa de perdas de
diversas ordens na produtividade das plantas da família Poaceae. Dentre as doenças, uma em especial merece
destaque, sobretudo por ser muito importante na rizicultura e na triticultura
– principais alimentos consumidos no mundo -, a brusone. Esta é causada por um
fungo do gênero Magnaphorte (forma
imperfeita do gênero Pyricularia);
além de infectar o arroz e o trigo, o patógeno pode se hospedar no milho,
milheto, cevada, e também em gramíneas tidas como plantas daninhas, assim, seu
controle deve englobar várias medidas. A
disseminação primária da brusone - entrada da doença na área - se dá por sementes infectadas e por restos
culturais contendo o patógeno, já a secundária – entre as plantas de uma mesma
área - se dá pelo transporte de esporos pelo vento, insetos etc. As condições
que favorecem a doença são: alta umidade (UR acima de 90% e período de
molhamento superior a 10 horas) e temperaturas entre 25 e 28 ºC.
A brusone pode acometer uma
planta durante todo o seu ciclo; nas folhas, os sintomas se iniciam com
pequenas lesões necróticas amarronzadas, que, ao aumentarem de tamanho, tornam-se
elípticas com margem marrom e centro cinza (Figura 1); com o avanço da doença a folha
afetada e a própria planta podem morrer. Quando a doença afeta a região nodal,
o sintoma se dá por uma coloração marrom envolta do nó (Figura 2), que pode estrangular o
colmo e causar chochamento dos grãos – evidenciado pelo branqueamento das
panículas - (Figuras 3 e 4).
O controle da brusone exige a
utilização de práticas culturais, tais como a semeadura de cultivares
resistentes – para o trigo não existe cultivares com resistência adequada,
portanto, utilizam-se cultivares tolerantes à doença -, a rotação de culturas,
incorporação de restos culturais (quando possível), eliminação de daninhas
hospedeiras etc. já o controle químico com fungicidas sistêmicos deve ser
feito no tratamento de sementes e de maneira preventiva no final do período de
emborrachamento e no início da emissão de panículas, sempre utilizando os produtos
registrado para a cultura (vide
Agrofit). Fungicidas contendo mistura de triazóis e estrobilurinas têm se
mostrado eficientes para o controle da brusone.
Por fim, vale ressaltar que a
doença pode causar perdas de até 100% da produção em casos extremos, indicando
que rizicultores e triticultores devem estar sempre atentos ao risco de
ocorrência da Brusone em seus cultivos, a fim de tomar providências tempestivas
que impeçam danos econômicos.
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Figura 1. Sintomas de brusone em folhas de arroz. Fonte: invasive.org |
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Figura 2. Sintomas de brusone em nós de colmos de arroz. Fonte: Embrapa |
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Figura 3. Sintomas de brusone em panículas de arroz. Fonte: invasive.org |
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Figura 4. Sintomas de brusone em panículas de trigo. Fonte: Embrapa |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUSONE NO TRIGO. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br /Agencia35/AG01/arvore/AG01_83_259200616453.html. Acesso em: 26 set. 2018.
BRUSONE. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz
/arvore/CONT000fuzvmwzg02wyiv80166sqfmvyttys.html. Acesso em:
26 set. 2018.
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