terça-feira, 2 de outubro de 2018

Carrapato-estrela, o principal ectoparasita dos equinos.


N
o Brasil, os carrapatos são os ectoparasitas mais importantes que acometem equinos; eles sugam o sangue dos animais, abrem feridas que servem de porta de entrada para microrganismos maléficos, e são vetores dos agentes causais de doenças em equinos e até mesmo em humanos (Febre Maculosa). As três espécies que são comumente encontradas são: Anocentor nitens, Amblyomma cajennense e Boophilus microplus. Esta postagem restringe-se à A. cajennense, que é bastante encontrada na região sudeste, e vem causando problemas de ordem sanitária em populações animais e em humanos.

O carrapato A. cajennense é um artrópode que possui grande diversidade de hospedeiros, incluindo animais, aves e o homem; dentre estes, necessita de três de uma mesma espécie ou espécies diferentes para completar seu ciclo de vida. A fêmea ingurgitada (Figura 1) desprende-se do hospedeiro e cai no solo em busca de local apropriado para liberar as larvas - micuins - (Figura 2), estas, partem em busca de um hospedeiro, ficando nos estratos mais altos da vegetação (Figura 3); ao encontrá-lo, as larvas alimentam-se de seu sangue e, em poucos dias, voltam ao solo para tornar-se ninfas - vermelhinho - (Figura 4); estas, por sua vez, repetem os passos das larvas, procurando um hospedeiro, alimentando-se e voltando ao solo para tornarem-se adultos (Figura 5); os adultos (machos e fêmeas), a fim de se alimentarem e reproduzirem, também precisam de um hospedeiro; por fim, a fêmea ingurgitada volta ao solo para iniciar um novo ciclo. No Brasil, o ciclo completo de vida do carrapato leva, no mínimo, um ano.
Figura 1. Fêmea de carrapato-estrela ingurgitada.
Figura 2. Larvas de carrapato-estrela (micuins).
Figura 3. Micuins no estrato superior da vegetação em busca de hospedeiro.
Figura 4. Ninfa de carrapato-estrela.
Figura 5. Adultos (macho e fêmea) de carrapato-estrela.
O cavalo é um hospedeiro tradicional do A. cajennenses e, por isso, devem-se tomar as medidas de controle necessárias para diminuir a população do carrapato em áreas de criação. Uma primeira medida importante para o controle é a manutenção das pastagens limpas, ou seja, livre de plantas daninhas e com altura baixa da forragem, pois, assim, o sol poderá entrar com mais facilidade no estrato herbáceo, aquecendo a região e provocando a morte de alguns indivíduos da população de carrapatos. Outra medida muito importante é o controle químico; este controle é feito a partir da pulverização sobre o corpo do animal de uma calda contendo um acaricida - deltametrina, por exemplo - (Figura 6); esta deve ser feita, semanalmente, nos meses de abril a outubro, época que coincide com os períodos larval e ninfal do carrapato; controlando estas fases tem-se, consequentemente, a diminuição da população de adultos no período da primavera-verão. Após a pulverização, o cavalo deve voltar para a área onde estava anteriormente, com o propósito de servir de isca para os carrapatos que estiverem em busca de um hospedeiro. Animais gestantes não devem receber o tratamento, pois pode ocasionar problemas na gestação.  Também é recomendado que no período de primavera-verão sejam feitas retiradas manuais de fêmeas ingurgitadas que estejam no corpo dos animais, diminuindo, assim, as populações de larvas no ciclo seguinte.

Figura 6. Equino recebendo pulverização contra carrapatos.
Ademais, sugere-se a leitura de artigos que foram escritos por profissionais gabaritados no assunto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIOLOGIA E CONTROLE DE CARRAPATOS EM EQUINOS NO BRASIL. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/saudeanimal/artigo/biologia-e-controle-de-carrapatos-em-equinos-no-brasil_53914.html. Acesso em: 02 de out. 2018.

LABRUNA, M. B. et al. Controle estratégico do carrapato Amblyomma cajennense em equinos. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cr/v34n1/a30v34n1.pdf. Acesso em: 02 de out de 2018.

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