quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Grupos de tomate para mesa


O
 tomate (Solanum lycopersicum) é uma planta da família das Solanáceas, que tem seu centro de origem na América do Sul (do Norte do Chile ao Sul da Colômbia). Porém, foi domesticada no México, sendo os Maias seus primeiros produtores. A partir daí, o tomate foi disseminado para os Astecas e outros povos pré-colombianos. 

O melhoramento genético ocorreu durante séculos, mas foi nas últimas décadas que foram, e vêm sendo, selecionados cultivares e híbridos que se prestam as mais diversas condições de plantio, resistência a doenças e pragas, ao gosto do consumidor, e apresentam altas produtividades.

Existem dois grupos de tomate: para indústria e para mesa. Para o consumo in natura (mesa), as cultivares são divididas nos quatro grupos apresentados a seguir:

Cereja

São variedades de frutos pequenos (Figura 1), que, nos últimos anos, têm obtido grande crescimento no consumo. Alguns híbridos que representam este grupo são: Sweet Gold, Red Sugar e Zamir.
Figura 1. Tomates do grupo cereja. Fonte: Revista Globo Rural

Italiano

Os frutos são compridos, saborosos e possuem coloração intensa.  No mercado, o tomate do grupo italiano, geralmente, é mais valorizado que o do grupo Santa Cruz. Um híbrido deste grupo que é bastante encontrado é o Andrea.
Figura 2. Tomates do grupo Italiano. Fonte: GNT

Salada

As variedades deste grupo são graúdas, pluriloculares (quatro ou mais lóculos), e possuem um formato achatado. Alguns representantes deste grupo são: BRS Portinari, Gisele, Aliança e Carmem. 
Figura 3. Tomates Carmem. Fonte: Foodnews

Santa Cruz

Os frutos do grupo Santa Cruz possuem formato oblongo (comprimento maior que a largura), sendo bi ou triloculares. As variedades deste grupo estão entre as mais consumidas, devido, principalmente, ao preço mais baixo na comparação com outras. O híbrido mais conhecido é o Débora.
Figura 4. Tomate do grupo Santa Cruz. 


Referências


BRASIL. A cultura do tomate. Embrapa Hortaliças. Disponível em: https://www.embrapa.br/hortalicas/tomate-de-mesa/cultivares2. Acesso em: 25 dez. 2018.

MELLO, S. C. Cultivo de tomate de mesa. ESALQ/USP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3601166/mod_resource/content/1/TOMATE%201.pdf. Acesso em: 26 dez. 2018

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Antracnose. Quais são as causas, os sintomas e os meios de controle dessa doença?


A
 antracnose é uma doença que acomete inúmeras espécies vegetais. É causada por fungos do gênero Colletotrichum (Teleomorfo: Glomerella). Neste gênero existem cerca de 40 espécies; algumas delas são específicas para determinados hospedeiros, por exemplo, tem-se C. musae causando doenças apenas na bananeira (Musa spp.); por outro lado, existem aquelas que atacam vários hospedeiros, como C. gloeosporioides, que sobrevive em espécies vegetais de diferentes famílias.

Na natureza são evidenciadas duas formas do fungo: a saprofítica e a patogênica. Esta última é a responsável pela antracnose.  A doença pode ocorrer em todas as fases de desenvolvimento das culturas. A disseminação do patógeno entre plantas pode ocorrer por agentes aéreos (vento, respingos de chuvas, insetos etc.) e por meio de sementes infectadas. Em presença de água livre ou em elevada umidade relativa (> 90%), os conídios germinam e penetram no hospedeiro, infectando-o.

Em gramíneas como o milho e o sorgo, o agente responsável pela doença é C. graminicola. Nesse caso, a antracnose é também conhecida por Podridão do Colmo. Pode afetar a planta em qualquer fase do desenvolvimento, e é favorecida por alta umidade e temperaturas moderadas. As lesões ocorrem em várias partes da planta: no limbo foliar aparecem lesões necróticas de coloração marrom e formato alongado (Figura 1). No colmo aparecem lesões estreitas, encharcadas, de aspecto avermelhado, que vão escurecendo com o passar do tempo (Figura 2). No interior das plantas, os tecidos ficam escuros e vão morrendo (Figura 3). Os esporos do fungo podem ser vistos na casca da planta. O controle deve ser preventivo, com a utilização de cultivares resistentes; cultural, com a prática da rotação de culturas e adubações equilibradas; e pode ser químico, com o tratamento de sementes antes da semeadura.
Figura 1. Antracnose na folha do milho. Fonte: Agrolink. 
Figura 2. Sintoma de antracnose do colmo do milho. Fonte: Agrolink. 
Figura 3. Antracnose no interior do milho. Fonte: Agrolink

Em leguminosas como a soja, a ervilha e o feijão, o agente causador da antracnose é o fungo C. truncatum. Este agente etiológico pode aparecer durante todo o ciclo da cultura, ocasionando morte de plântulas, necrose dos pecíolos, e manchas em folhas, hastes e vagens. Os sintomas mais evidentes ocorrem nas vagens, que adquirem uma coloração escura e ficam retorcidas (Figura 4). Na presença de alta umidade, podem surgir pontuações de cor negra – frutificações do fungo - sobre as lesões. Em plântulas oriundas de sementes infectadas pelo fungo, ocorre necrose cotiledonar, que pode se estender para o hipocótilo, causando o tombamento destas. Um bom controle da doença começa com a escolha de sementes livres do patógeno – lembrando que até o momento não há cultivares com boa resistência -; outras medidas como a rotação de culturas, um maior espaçamento entrelinhas (50-55 cm), o controle de plantas daninhas, e uma adubação equilibrada auxiliam no combate à doença. Em lotes em que se detectar mais de 5% de sementes infectadas, o tratamento das mesmas com fungicidas deve ser realizado. Pulverizações podem ser realizadas com produtos sistêmicos de forma preventiva entre o fim da fase vegetativa e início da fase reprodutiva.

Figura 4. Antracnose em vagens de soja. Fonte: Agrolink.

Dentre as plantas da família das solanáceas, as pimentas e os pimentões são as que sofrem maiores danos com o ataque do patógeno. A antracnose torna-se mais importante à medida que se tem maior umidade e temperatura na área.  O agente causal da antracnose em espécies do gênero Capsicum é um complexo de Colletotrichum (C. gloeosporioides, C. acutatum, C. caccodes, C. capsici e C. boninense). Apesar de atacar todos os órgãos aéreos da planta, a doença causa maiores injúrias nos frutos. Nestes, os sintomas iniciam com o aparecimento de lesões deprimidas e aquosas, que coalescem (unem-se) e levam ao descarte do produto (Figura 5). Em folhas e ramos, os sintomas são evidenciados por pequenas lesões necróticas. Devido ao alto número de espécies patogênicas e à alta variabilidade de raças que ocorre dentro de cada espécie, é muito difícil o desenvolvimento de variedades resistes; porém, alguns materiais podem ser indicados como sendo, em certo grau, resistentes ou tolerantes. Outras medidas de controle muito relevantes são: a rotação de culturas; a utilização de sementes sadias; o uso de espaçamentos maiores, que permitem maior ventilação e reduz a umidade no microclima das plantas; a preferência pela irrigação por gotejamento; fazer o roguing das plantas doentes e eliminá-las; e fazer, desde o início, aplicações preventivas de fungicidas registrados para a cultura (vide agrofit).

Figura 5. Antracnose em pimentão. Fonte: Campos & negócios. Foto: Caroline Pedroso


A antracnose também acomete plantas frutíferas. Na mangueira, esta doença é a mais importante. O agente epidemiológico é o fungo C. gloeosporioide.  Os sintomas aparecem como manchas escuras em ramos, folhas e flores. Os frutos que ainda são pequenos podem cair da árvore ou ficar mumificados. Em frutos maduros ocorre formação de manchas pretas, que levam ao apodrecimento (Figura 6). O fungo pode sobreviver em frutos velhos, caídos e, até mesmo, em ramos secos; portanto, a poda de limpeza e a catação de frutos envelhecidos são formas de diminuir a chance de a doença ocorrer. Medidas para diminuir a umidade no local de plantio também são interessantes; por exemplo, espaçamentos maiores entre as plantas, plantio em área seca etc. A indução da floração para uma época seca também pode diminuir a ocorrência de antracnose. O controle químico, por outro lado, também deve ser realizado; com o uso de produtos de contato em áreas secas (menor incidência) e com o uso de produtos sistêmicos em áreas úmidas (maior incidência)- porém, a cada 4 aplicações de sistêmicos, um produto de contato deve ser pulverizado para impedir a seleção de fungos resistentes -. A aplicação deve ser feita antes da floração e durante todo o período de amadurecimento. Mesmo com tantas possibilidades contra a antracnose, a melhor alternativa é usar uma variedade de manga resistente, e o produtor deve utilizá-la sempre que possível.

Figura 6. Antracnose na manga. Fonte: Pinterest

Ficou claro que a antracnose é uma doença muito importante, que ocorre em várias plantações, e, por isso, o produtor deve ficar atento, procurando saber quais os efeitos que esta doença pode ter em sua lavoura. Ademais, em casos de dúvidas, existem meios de buscar informações esclarecedoras, que são os técnicos, os vizinhos e a própria internet.

Referências bibliográficas:

AGROLINK. Antracnose. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/antracnose_ 2767.html. Acesso em: 05 de dez. 2018.

AGROLINK. Antracnose. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/ antracnose_1852.html. Acesso em: 05 de dez. 2018.

MENEZES, M. Aspectos biológicos e taxonômicos de espécies do gênero Colletotricum. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Recife, vol. 3, p.170-179, 2006. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/34611/1/AAPCA-V3-Revisao-04.pdf. Acesso em: 05 de dez. 2018.

Reis, A.; Boiteux, L. S.; Henz, G. P. Antracnose em hortaliças da família solanaceae. Circular Técnica 79. Brasília, DF. Outubro, 2009.  Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/ digital/bitstream/CNPH-2010/36354/1/ct-79.pdf. Acesso em: 05 de dez. 2018.

ROSSETI, N. C. R. Manejo fitossanitário das principais doenças da mangueira. Casa do produtor rural. ESALQ. Novembro, 2015. Disponível em: http://www.esalq.usp.br/cprural/boapratica/ mostra/68/manejo-fitossanitario-das-principais-doencas-da-mangueira.html. Acesso em: 05 de dez. 2018.

TAVARES, S. C. C. H. Antracnose. Disponível: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/ Agencia22/AG01/arvore/AG01_88_24112005115224.html. Acesso em: 05 dez. 2018.


sábado, 24 de novembro de 2018

Como controlar a tiririca em uma área?


P
lantas daninhas são aquelas que se encontram em áreas onde não são desejadas por competirem com as plantas cultivadas pelos meios de produção (luz, água, CO2 e nutrientes) e, em alguns casos, exercem inibição química sobre o seu desenvolvimento (alelopatia), diminuindo a produção dos cultivos. A família Cyperaceae apresenta 594 espécies, sendo a maioria destas invasoras e de difícil controle. O gênero Cyperus é o mais representativo; suas plantas apresentam caule triangulado e sem nó, bainha fechada e sem lígula; características que facilitam a identificação (Figura 1).

Figura 1. Características morfológicas do gênero Cyperus. Fonte: junglekey.fr

Dentre as espécies da família Cyperaceae, a tiririca (Cyperus rotundus L.) é a mais proeminente. Devido a grande agressividade e alta capacidade de competição, é considerada uma das principais daninhas do mundo. De origem sul-asiática, a tiririca é uma planta perene, ereta, rizomatosa e tuberosa, de 10-60 cm de altura (Figura 2). A invasora afeta todo o desenvolvimento das plantas cultivadas, tanto pela alta competição quanto pela produção de toxinas (alelopatia). Pode ocorrer em áreas de olerícolas, de fruticultura, de fibras, de grãos – exceto arroz irrigado -, em pastagens etc. Um fator agravante na sua ocorrência é a dificuldade de controle e erradicação, dando muito trabalho para agricultores, técnicos e pesquisadores.
Figura 2. Plantas de Tiririca.

A tarefa árdua de se controlar a tiririca se deve, principalmente, ao seu poder ímpar de multiplicação. Em um hectare, em um ano, as plantas de tiririca podem produzir de 30 a 40 milhões de tubérculos (Figura 3). Seus tubérculos são responsáveis quase que exclusivamente pela sua reprodução; devido à presença de fitormônios, os tubérculos possuem um alto poder regenerativo, podendo originar várias plantas quando cortados. Daí tem-se a explicação do fato de que a capina mecânica contribui para a multiplicação da tiririca em uma área. Outro fator que deve ser considerado é a intensidade de dormência dos tubérculos, que faz com que a brotação e a germinação sejam irregulares por um longo período após o plantio. Esse fato, somado à falta de aplicação de herbicidas em pós-emergência das culturas (falta de seletividade), também explica a alta disseminação da tiririca nos campos de cultivo.

Figura 3. Tubérculos de Tiririca. Foto: Décio Karam

O controle químico da tiririca, feito por meio de herbicidas, busca não só a redução do número de plantas em uma área, mas também a diminuição da quantidade de tubérculos existentes. Diversos são os herbicidas que controlam com eficiência a tiririca: 2,4-D; flazasulfuron; glyphosate; imazapyr; sulfentrazone etc. A época de aplicação pode variar com a molécula utilizada; por exemplo, tem-se que o imazapyr pode ser aplicado tanto em pré-emergência quanto em pós-emergência e planta adulta, por outro lado, o glyphosate não é recomendado na pré-emergência das daninhas, mas sim em pós-emergência e planta adulta. Para maior eficiência do controle, são recomendadas aplicações sequenciais à medida que as plantas de tiririca brotem na área cultivada. O herbicida utilizado na aplicação sequencial deve ser seletivo para a cultura de interesse, ou seja, não deve causar fitotoxidade nas plantas cultivadas; por exemplo, o glyphosate pode ser aplicado sobre o milho e a soja geneticamente modificados com resistência ao glyphosate, não causando fitotoxidade nas culturas, e controlando a tiririca.

Tendo em vista que uma colheita abundante deve ser um dos objetivos de todo agricultor, é importantíssimo que o manejo adequado da tiririca seja feito na área agrícola. Para tanto, os produtores rurais devem buscar informações com agrônomos e técnicos agrícolas.

Referências Bibliográficas
Freitas, S.R. et al. Efeitos do flazasulfuron e do glyphosate em aplicações única e sequencial sobre o controle da tiririca (Cyperus rotundus L.). Ceres n° 256. Viçosa – Minas Gerais. 1997.

Tiririca. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cyperus_rotundus . Acesso em: 18 nov. 2018.

Tiririca. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/tiririca_110.html. Acesso em: 18 nov. 2018.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Lagartinhas fazendo galerias e ocasionando injúrias em folhas do cafeeiro são sintomas de quê?


O
 Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) é uma praga que causa danos no limbo foliar das folhas de café. O adulto é uma mariposa bem pequena com asas brancas na parte dorsal (Figura 1). Durante o dia esconde-se na parte abaxial das folhas. No fim do dia e inicio da noite, inicia sua atividade, colocando ovos na parte adaxial das folhas; pode colocar até sete ovos em uma noite. Em condições ideais, as lagartinhas eclodem e penetram no mesófilo foliar, e vão causando destruição do parênquima. Com o passar do tempo, a região destruída vai secando e sua área aumentando (Figura 2).

Figura 1. Adulto de L. coffeella.

Figura 2. Danos causados pelo ataque de lagartinhas em folha de cafeeiro.

Ao fim do período larval, as lagartinhas saem pela parte abaxial das folhas, e descem até a “saia” do cafeeiro; neste local, fazem um casulo no formato da letra “X” (Figura 3).  Após o período de pupa, surgem as mariposas, que vivem em média 15 dias. Durante o ano, o número de gerações do inseto varia de 8 a 12.

Figura 3. Casulo de L. Coffeella em formato de "X".

O Bicho-mineiro ataca o cafeeiro indiscriminadamente no período seco e chuvoso, entretanto, tem-se observado maiores prejuízos em épocas de chuva; em alguns casos, as perdas econômicas podem se aproximar de 40%. Por apresentarem danos consideráveis e, em muitas vezes, sofrerem quedas, as folhas perdem capacidade fotossintética, o que ocasiona redução na produção de grãos e, consequentemente, prejuízo ao produtor. Um fato interessante, é que cafeeiros conduzidos com espaçamento mais largo apresentam, geralmente, maiores infestações da praga.  

O controle biológico de L. coffeella é feito por parasitoides das famílias Braconidae (Figura 4) e Eulophidae (Figura 5), e por predadores da família Vespidae (Figura 6), que destroem as galerias para se alimentar das lagartas. Os inimigos naturais podem prover um bom controle da praga. Quanto ao controle cultural, tem-se que a capina do cafezal é importantíssima, visto que a presença de plantas daninhas tende a aumentar a ocorrência do Bicho-mineiro em uma área. Outra forma de controle – e a mais eficaz – é a utilização de plantas resistentes à praga; a cultivar siriema AS 1, lançada em 2014, é um exemplo de planta que não é hospedeira de L. coffeella.  O controle químico, por sua vez, pode ser feito por meio de pulverizações com produtos sistêmicos ou de contato; ou por meio de granulados com ação sistêmica aplicados na “saia” do cafeeiro. O nível de controle (NC) varia de acordo com a época de ocorrência; em períodos secos, o controle químico deve ser iniciado quando for evidenciada a presença de lagartas em 40 folhas de um total de 100; já no período chuvoso, o NC é de 20 folhas com presença de lagartas num total de 100 folhas amostradas.

Figura 4. Inseto parasitoide da ordem Braconidae.
Figura 5. Inseto parasitoide da ordem Eulophidae.

Figura 6. Inseto predador da ordem Vespidae. 

É sempre importante lembrar que o agricultor deve contar com o auxílio de um técnico para a escolha do produto adequado a ser aplicado, bem como para a aplicação do mesmo, e também para o acompanhamento dos resultados.

Na internet, há sites como o Agrofit e o Agrolink que trazem diversas informações sobre o bicho-mineiro, além de uma relação de produtos que podem ser aplicados para o controle da praga.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BICHO-MINEIRO. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/bicho-mineiro_471.html. Acesso em: 08 nov. 2018

GALLO, D. (in memoriam)et. al. Entomologia agrícola. Piracicaba : FEALQ. 2002. 920 p. Disponível em: https://ocondedemontecristo.files.wordpress.com/2013/07/livro-entomologia-agrc3adcola-_jonathans.pdf. Acesso em: 08 nov. 2018

BICHO-MINEIRO DO CAFEEIRO. Disponível em: http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/ consorcio/publicacoes_tecnicas/Bicho_mineiro_do_cafeeiro.pdf. Acesso em: 08 nov. 2018

RESISTÊNCIA VARIETAL. Disponível em: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/cafe /202971-lancada-pela-procafe-cultivar-siriema-se-destaca-pela-resistencia-ao-bicho-mineiro-e-a-ferrugem-ao-longo.html #.W9zNS9VKiM8. Acesso em: 08 nov. 2018

sábado, 27 de outubro de 2018

Manchas cloróticas na face adaxial e esporulação na face abaxial. Que doença é?


D
oença bastante conhecida por quem vivencia a produção agrícola, o míldio é uma fitopatogenia causada por algumas espécies de microrganismos que, apesar de não pertencerem ao reino Fungi, estão inseridas neste para facilitar os estudos. Diferentemente do Oídio, que é uma infecção superficial, o Míldio penetra nos tecidos da planta, fato que dificulta a tomada de medidas curativas para sanar o problema. Os sintomas da doença ocorrem principalmente nas folhas, sendo evidenciados na face superior pela formação de manchas cloróticas que evoluem para necróticas, e na face inferior pelo surgimento de corpos de frutificação. Diversas são as culturas atacadas por estes organismos: olerícolas, gramíneas, leguminosas e fumo estão entre as que apresentam os maiores danos provocados pelo Míldio.

Nas asteráceas (chicória, almeirão, alcachofra e alface) o agente causal da doença se chama Bremia lactucae, ocorrendo quase que exclusivamente nesta família de plantas. Em decorrência do ataque surgem manchas amareladas na parte adaxial das folhas (Figura 1), já na abaxial aparecem massas de conídeos. O agente causal é favorecido por alta umidade e baixa temperatura, e ocorre em todo o Brasil. O patógeno sobrevive nos restos de cultura e sementes contaminadas; pode ser disseminado por mudas, sementeiras, água de irrigação ou de chuva, e pelo vento. No controle cultural da doença, devem ser tomadas as seguintes medidas: utilização de mudas sadias, irrigação localizada, resistência varietal, eliminação dos restos culturais da área e rotação de culturas; já o controle químico deve ser feito aplicando-se fungicidas protetores quando as condições climáticas forem favoráveis à doença (vide Agrofit).
Figura 1. Manchas amarelas na face adaxial de folha da alface. Fonte: Jesus G. Tofoli.
Em gramíneas como o sorgo e o milho, o agente responsável pela doença é o Peronosclerospora sorghi, o qual sobrevive no solo na forma de oósporos, e infecta as plântulas de forma sistêmica. Os sintomas em plantas jovens vão de clorose a enfezamento, já em plantas adultas ocorre uma forte clorose na parte superior da folha (Figura 2), podendo ocorrer formação de massas de conídeos na parte inferior; as folhas que saem do cartucho das plantas doentes são facilmente rasgadas pela ação do vento. Os oósporos são disseminados por sementes infectadas ou pelo vento, sendo que a baixa umidade e temperaturas menores do que 10 °C favorecem a doença; já os conídios, que são disseminados pelo vento, têm produção favorecida por baixa umidade e temperaturas inferiores a 18 °C. Para o controle da doença, além da utilização de cultivares resistentes, recomenda-se a eliminação de restos culturais e a rotação de culturas; já o controle químico pode ser feito com o tratamento de sementes utilizando fungicidas sistêmicos.
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Figura 2. Mancha necrótica na folha de sorgo.
No gênero Allium (alho, cebola, cebolinha etc), o fungo Peronospora destructor é o causador do Míldio. O microrganismo sobrevive em restos culturais, e é disseminado pela ação do vento ou de respingos de chuva; as condições climáticas favoráveis à doença são: alta umidade relativa e temperaturas inferiores a 22 °C.  Nas folhas, os primeiros sintomas são manchas amareladas; com a evolução da doença podem aparecer sobre as lesões massas de conídeos (Figura 3). No controle, devem ser tomadas as mesmas medidas culturais vistas anteriormente, acrescendo os seguintes pontos: evitar áreas sujeitas a neblinas, dar preferência àquelas com boa drenagem, e utilizar espaçamentos maiores para favorecer a ventilação entre as plantas.
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Figura 3. Massa de conídeos em folha de Cebola.
O míldio também pode acometer as seguintes leguminosas: ervilha, soja, feijão-vagem e feijão. Nesse caso, o agente patogênico é o fungo Peronospora manshurica. Por afetar as sementes, o microrganismo é disseminado, principalmente, por meio destas; porém, dentro da lavoura, a disseminação ocorre pelo vento. A doença ocorre, mormente, em períodos de inverno, pois é favorecida por temperaturas baixas. Nas folhas, a doença é evidenciada pelo aparecimento de pontuações amarelas na parte adaxial (Figura 4), e esporulação de coloração rósea na parte abaxial; nas sementes, forma-se uma crosta (Figura 5). Para o controle, o uso de cultivares resistentes é a melhor forma; o tratamento químico deve ser feito em sementes, e com o uso de fungicidas protetores.
Figura 4. Manchas amarelas na face adaxial de folha da soja. Fonte: Agrolink.
Figura 5. Formação de crosta em sementes de soja. Fonte: Maria Cecilia Litardo. 
Em plantas da família das crucíferas (couve, couve-flor, couve-chinesa, brócolis, nabo, repolho e rúcula), o míldio é identificado por um agente causal denominado Peronospora parasítica. O fungo sobrevive em restos culturais, no solo, e em plantas hospedeiras – daninhas ou voluntárias – na forma de oósporos (esporos de resistência); em condições favoráveis – alta umidade relativa e baixa temperatura – este germina, disseminando-se por meio do vento e de respingos de chuva, e contaminando as plantas, principalmente sementeiras; sementes e mudas contaminadas são outras formas de disseminação da doença. Uma vez infectada, a planta deverá apresentar os seguintes sintomas: na face superior surgem lesões necróticas (Figura 6), já na inferior - nas áreas correspondentes às lesões necróticas – surgem estruturas de frutificação do fungo de coloração esbranquiçada. Algumas práticas culturais podem ser úteis para evitar a ocorrência da doença, são elas: eliminação de restos culturais, rotação de cultura com plantas não suscetíveis à doença, utilização de sementes e mudas com boa sanidade, e evitar excesso de irrigação em sementeiras. Para o controle químico, recomenda-se a utilização de fungicidas protetores e sistêmicos.
Figura 6. Lesões na face adaxial da folha de couve. Fonte: Agrolink.
Em plantas ornamentais, a espécie causadora do Míldio se chama Peronospora sparsa; a gérbera e a rosa são as plantas mais atacadas. O parasita é um hospedeiro obrigatório, sobrevivendo em hospedeiros vivos; alta umidade e baixa temperatura favorecem a produção de esporos, sendo disseminados, principalmente, por vento, respingo de chuvas e água de irrigação. Quando a planta tem a doença, suas folhas apresentam manchas pardacentas na face superior (Figua 7), e na inferior ocorre a formação de estruturas de frutificação de cor branco-acinzentado, em casos mais severos, a planta pode apresentar desfolha. Além da folha, outro órgão que pode ser atacado é a flor; neste caso, o botão floral e o cálice apresentam manchas avermelhas, sendo que o desenvolvimento da flor é paralisado; os produtores conhecem este sintoma como “louquinha”. As práticas culturais recomendas para menor ocorrência da doença vão desde a eliminação de restos culturais, passando pela rotação de culturas com plantas não suscetíveis, e chegando à manutenção da umidade relativa abaixo de 85% em ambientes protegidos. O controle químico com fungicidas de contato ou sistêmicos deve ser realizado quando necessário.
Figura 7. Manchas pardacentas na face superior de folha da roseira. Fonte: Jean L. Williams-Woodward.
No tabaco, o míldio, também conhecido como mofo-azul, tem como agente causal o fungo Peronospora tabacina. Sua ocorrência restringe-se às plantações dos estados do sul do país e de São Paulo. O patógeno sobrevive, mormente, em plantas voluntárias; após a esporulação, sua disseminação ocorre pelo vento, por insetos ou pelo homem; quanto às condições climáticas, tem-se que dias frios e úmidos são mais favoráveis à ocorrência da doença. Seus sintomas ocorrem nas folhas, e são evidenciados pela formação de manchas amarelas na face superior (Figura 8), e esporulação de coloração branco-acinzentada na parte inferior - às vezes, esta apresenta um reflexo azulado -; devido à necrose da parta aérea das plantas, os danos da doença podem ser severos quando esta ocorre em sementeiras. Uma prática cultural importante para evitar a ocorrência do fungo é a escolha de áreas de plantio com boa drenagem e livres de sombreamento excessivo; o controle químico deve ser feito nos canteiros de mudas de forma preventiva, aplicando fungicidas (Mancozeb, por exemplo) logo após a emergência.
Figura 8. Manchas amarelas na face adaxial de folhas de tabaco. Fonte: Agrolink.
Nas cucurbitáceas, o míldio é provocado pelo fungo Pseudoperonospora cubensis; as espécies mais afetas são: abóbora, melão, melancia e pepino; o fungo está presente em todas as regiões produtoras, sempre causando prejuízos econômicos aos produtores. O fungo é um parasita obrigatório, sobrevivendo na forma de oósporos em restos culturais; em condições de alta umidade e temperaturas baixas a amenas (10 a 25 °C), o patógeno encontra condições ideais de sobrevivência, disseminando-se na forma de esporos pelo vento, respingos de chuva ou água de irrigação. Os sintomas na face adaxial são evidenciados por manchas cloróticas (Figura 9), que, com o passar do tempo, unem-se, formando uma camada branca e fina; já na parte abaxial, ocorre a formação de corpos de frutificação do fungo (esporangióforos e esporângios) de coloração verde-oliva a púrpura; ataques severos causam desfolha, raquitismo e má formação dos frutos. Para o controle, faz-se necessário o uso de práticas culturais para evitar a umidade, como preferir a irrigação por gotejamento e aumentar o espaçamento entre as plantas para melhorar a ventilação. No controle químico, fungicidas protetores podem ser usados de forma preventiva ao aparecimento dos primeiros sintomas da doença; fungicidas sistêmicos podem ser utilizados de forma alternada aos protetores.
Figura 9. Manchas cloróticas em folhas de cucurbitácea. Fonte: Rahul Sharma.
Com esta publicação, fica evidente a importância dos agricultores ficarem atentos ao Míldio, de forma a evitar que a doença atinja grandes proporções na área e espalhe-se para outros locais; assim, os produtores devem usar cultivares resistentes quando possível, rotacionar as culturas, evitar áreas úmidas, propiciar maior ventilação as plantas, e fazer o uso racional de fungicidas de acordo com a recomendação técnica (vide Agrofit).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Míldio. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/mildio_1606.html. Acesso em: 25 out. 2018.

Míldio. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%ADldio. Acesso em: 25 out. 2018.

Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários – AGROFIT -. Disponível em: http://agrofit.agricultura.gov.br /agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 25 out. 2018.


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Tipos e cultivares de feijão


O feijão-comum (Phaseolus vulgaris) é um alimento consumido e produzido mundialmente, sendo, portanto, de grande importância para a alimentação das populações humanas. Trata-se de uma cultura que pode ser produzida tanto em pequena quanto em grande escala; porém, para se atingirem boas produtividades é necessário escolher o tipo e a cultivar de feijão que melhor se adapte à região de cultivo. Nessa escolha, deve ser levado em consideração: a produtividade, a tolerância às principais pragas e doenças que ocorrem no local, a época de plantio (1ª, 2ª ou 3ª safra), e a aceitação comercial do tipo de grão pelo mercado consumidor.

No Brasil, os tipos de grãos de feijão-comum consumidos são os seguintes: carioca; branco; vermelho; rajado; e preto (Figura 1). O tipo carioca, além de possuir ótima produtividade, apresenta boas características culinárias, como rápido cozimento e caldo claro e denso; por sua vez, o feijão-branco é ideal para ser enlatado, pois preserva suas características nutricionais, ao contrário dos outros quando colocados nesta situação; o feijão-vermelho pode ser consumido de várias formas – ensopado, salada ou enlatado – e apresenta excelentes características nutricionais; porém, por apresentar alto teor de fito-hemaglutinina – substância tóxica –, deve ser bem cozido antes do consumo. O feijão-rajado é ideal para o consumo na forma de sopa, e apresenta um sabor leve e adocicado; o feijão-preto, por seu turno, é preferencialmente consumido na forma de feijoadas – ensopado de feijão com carne suína -, sendo mais consumido do que o feijão-carioca nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.
Figura 1. Tipos de feijão - da esq. para dir.-: branco, rajado, preto, carioca e vermelho.
O melhoramento genético possibilitou a formação de uma ampla gama de cultivares de feijão; os principais órgãos que trabalham com o estudo de novas cultivares são públicos, como a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), o IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco) etc. Hoje, o melhoramento genético busca, entre outros fatores, uma boa fixação biológica de nitrogênio (FBN), resistência a pragas e doenças, resistência à seca, resistência à colheita mecanizada, aumento de produtividade, melhor qualidade nutricional, e menor tempo de cozimento.

A orientação técnica adequada levará o produtor a escolher uma semente que melhor se enquadre em suas necessidades. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. O cultivo de feijão: recomendações técnicas. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão. – Brasília : EMBRAPA-SPI, 1994. 83 p.-

Catálogo de cultivares de feijão-comum. Disponível em:  https://ainfo.cnptia.embrapa.br/ digital/bitstream/item/154713/1/catalogoFeijao-safra2016-2017-web1.pdf. Acesso em: 11 out. 2018

Feijão. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Feij%C3%A3o. Acesso em: 11 out. 2018.

TSUTSUMI, C. Y. et al. Melhoramento genético do feijoeiro: avanços, perspectivas e novos estudos, no âmbito nacional. Nativa, Sinop, v. 03, n. 03, p. 217-223, jul./set. 2015

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Poda da Amora-preta


A
amoreira-preta (Rubus idaeus L.) (Figura 1) é uma espécie frutífera adaptada aos climas temperado e subtropical; no Brasil, seu cultivo iniciou-se a partir da década de 70, quando a Embrapa começou os primeiros estudos com a cultura. Atualmente, existem diversas variedades da planta, dentre as quais a mais notória é a Tupy, desenvolvida pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Clima Temperado. A amora-preta é uma planta muito rústica, apresentando poucos problemas com pragas e doenças, e necessitando de pouco insumo, por isso, é considerada ideal para a agricultura orgânica e familiar. Porém, um manejo essencial que não pode ser negligenciado é a poda, que tem por finalidade a limpeza do cultivo, a renovação dos ramos, e, consequentemente, a melhoria da produção.
Figura 1. Amoreira-preta (Rubus idaeus L.).
Comercialmente, a amoreira-preta é plantada em renques ou conduzida em espaldeiras, sendo o espaçamento de 0,5 x 3,0 m muito utilizado; as plantas são mantidas ao redor de 1,5 m de altura (Figura 2). As podas realizadas na amoreira-preta são duas: uma no verão, após a produção dos frutos, em que os ramos produtivos são cortados rente ao solo (Figura 3), deixando quatro ramos primários; também deve ser feita a poda de desponte das hastes do ano (Figura 4), deixando-as com altura de 1,0 a 1,2 m, forçando a emissão de ramos laterais, que produzirão na safra seguinte; outra poda é realizada no inverno, em que os ramos secundários com até 30 cm do solo são eliminados, e os laterais são despontados, ficando com 30 cm de comprimento, e raleados, deixado uma distância de, no mínimo, 10 cm entre eles.
Figura 2. Plantação de Amoreira-preta em floração.
Figura 3. Poda de verão de ramos rentes ao solo.
Figura 4. Desponte das hastes no verão.
Podas drásticas realizadas no verão, em que, após a colheita, todas as hastes são reduzidas a 5 cm de altura do solo (Figura 5), podem facilitar o manejo das plantas sem diminuir a capacidade produtiva; já, podas drásticas realizadas no inverno não são recomendadas, pois proporcionam queda de produção.
Figura 5. Poda drástica de verão.
Para a realização de uma boa poda, recomenda-se a utilização dos seguintes instrumentos: podão – para retirar as hastes mais próximas às plantas; tesoura de poda – para fazer a poda das hastes mais próximas ao podador -; e luvas – para evitar ferimentos ao podador que estiver trabalhando com variedades que contenham espinhos (Figura 6). Para mais informações, sugere-se a consulta à bibliografia citada a baixo.
Figura 6. Instrumentos para a poda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPAGNOLO, M. A.; PIO. R. Poda drástica para a produção de amora-preta em regiões subtropicais. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.47, n.7, p.934-938, jul. 2012. Disponível em: http://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/viewFile/12104/7474. Acesso em: 04 de out. 2018.

Poda de Amora. Reportagem: Yéssica Lopes. Terra sul. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=wTUv33YiO3k. Acesso em: 04 out. 2018.

SANTOS, A. M.; BASSOLS, M. C.; MADAIT, J. C. M. A cultura da amora-preta. EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuário de Clima Temperado. 2. ed., rev. e aum. – Brasília: EMBRAPA-SPI/Pelotas: EMBRAPA – CPACT, 1997. 61 p.; 16 cm. (Coleção Plantar; 33). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/161998/1/A-cultura-da-amora-preta.pdf. Acesso em: 04 de out. 2018.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Carrapato-estrela, o principal ectoparasita dos equinos.


N
o Brasil, os carrapatos são os ectoparasitas mais importantes que acometem equinos; eles sugam o sangue dos animais, abrem feridas que servem de porta de entrada para microrganismos maléficos, e são vetores dos agentes causais de doenças em equinos e até mesmo em humanos (Febre Maculosa). As três espécies que são comumente encontradas são: Anocentor nitens, Amblyomma cajennense e Boophilus microplus. Esta postagem restringe-se à A. cajennense, que é bastante encontrada na região sudeste, e vem causando problemas de ordem sanitária em populações animais e em humanos.

O carrapato A. cajennense é um artrópode que possui grande diversidade de hospedeiros, incluindo animais, aves e o homem; dentre estes, necessita de três de uma mesma espécie ou espécies diferentes para completar seu ciclo de vida. A fêmea ingurgitada (Figura 1) desprende-se do hospedeiro e cai no solo em busca de local apropriado para liberar as larvas - micuins - (Figura 2), estas, partem em busca de um hospedeiro, ficando nos estratos mais altos da vegetação (Figura 3); ao encontrá-lo, as larvas alimentam-se de seu sangue e, em poucos dias, voltam ao solo para tornar-se ninfas - vermelhinho - (Figura 4); estas, por sua vez, repetem os passos das larvas, procurando um hospedeiro, alimentando-se e voltando ao solo para tornarem-se adultos (Figura 5); os adultos (machos e fêmeas), a fim de se alimentarem e reproduzirem, também precisam de um hospedeiro; por fim, a fêmea ingurgitada volta ao solo para iniciar um novo ciclo. No Brasil, o ciclo completo de vida do carrapato leva, no mínimo, um ano.
Figura 1. Fêmea de carrapato-estrela ingurgitada.
Figura 2. Larvas de carrapato-estrela (micuins).
Figura 3. Micuins no estrato superior da vegetação em busca de hospedeiro.
Figura 4. Ninfa de carrapato-estrela.
Figura 5. Adultos (macho e fêmea) de carrapato-estrela.
O cavalo é um hospedeiro tradicional do A. cajennenses e, por isso, devem-se tomar as medidas de controle necessárias para diminuir a população do carrapato em áreas de criação. Uma primeira medida importante para o controle é a manutenção das pastagens limpas, ou seja, livre de plantas daninhas e com altura baixa da forragem, pois, assim, o sol poderá entrar com mais facilidade no estrato herbáceo, aquecendo a região e provocando a morte de alguns indivíduos da população de carrapatos. Outra medida muito importante é o controle químico; este controle é feito a partir da pulverização sobre o corpo do animal de uma calda contendo um acaricida - deltametrina, por exemplo - (Figura 6); esta deve ser feita, semanalmente, nos meses de abril a outubro, época que coincide com os períodos larval e ninfal do carrapato; controlando estas fases tem-se, consequentemente, a diminuição da população de adultos no período da primavera-verão. Após a pulverização, o cavalo deve voltar para a área onde estava anteriormente, com o propósito de servir de isca para os carrapatos que estiverem em busca de um hospedeiro. Animais gestantes não devem receber o tratamento, pois pode ocasionar problemas na gestação.  Também é recomendado que no período de primavera-verão sejam feitas retiradas manuais de fêmeas ingurgitadas que estejam no corpo dos animais, diminuindo, assim, as populações de larvas no ciclo seguinte.

Figura 6. Equino recebendo pulverização contra carrapatos.
Ademais, sugere-se a leitura de artigos que foram escritos por profissionais gabaritados no assunto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIOLOGIA E CONTROLE DE CARRAPATOS EM EQUINOS NO BRASIL. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/saudeanimal/artigo/biologia-e-controle-de-carrapatos-em-equinos-no-brasil_53914.html. Acesso em: 02 de out. 2018.

LABRUNA, M. B. et al. Controle estratégico do carrapato Amblyomma cajennense em equinos. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cr/v34n1/a30v34n1.pdf. Acesso em: 02 de out de 2018.